sábado, 30 de junho de 2007

Blog 10 anos



Pois é, o fenômeno blog completa 10 anos.


Controvérsias aparte eu adoro. E num largo mais. Num é vício nem doença.


É coisa de agradar e desagradar, mas vale o quanto não pesa. Havia feito um blog no passado, mas num pegou no breu. Agora consegui achar o fio. E num largo mais. Acho uma das coisas mais legais que tem na NET. Melhor que portal daquilo, jornal on-line num sei das quantas. Só comparável a sorvete de chocolate com morango ou goiabada com queijo. Ê minerada braba sô.

Pois então, parabéns blogs e blogueiros queridos, continuem assim. Exponham-se a crítica alheia, às mazelas cotidianas, às bizarrices, crendices, mesmices e tolices. Seja esperto e faça tudo por você, mesmo que pareça nada pros outros. De bom astral ou não. Seja feliz. Escreva, publique, post tudo que quiser e puder. Deixe-se entender de tudo um pouco, afinal nós somos fodinhas, interados, especiais. Ufa! Tantos louros que fiquei mole de molêmolê. Se existe um mundo melhor eu não sei. Mas que o mundo ficou melhor com os blogs é inegável. Então vamo blogueá!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Parei pra pensar


Li no blog “El Diário de Pola”, que encontrei por acaso, uma confissão arregaçada de culpa, diz ela entre outras:

“Me declaro culpable de postergar mi esencia, de ser espectadora de mi propia película, aburrida y deslavada, pletórica de reincidencias y palabras rebuscadas.Me declaro culpable de no seguir batallando, de retroceder y frustrarme ante la primera piedra, de mandar todo a la mierda para salir del paso y esconderme luego, dentro de las quimeras idealistas de mi progresiva mente.”

E continua:

“Por ahora, asumo los cargos que se me imputan. Cobardía, apatía, amargura, languidez, contrariedad, bajeza, orgullo, deshumanización, flojera, gula, envidia, lujuria, enajenación, desafecto, alejamiento, reclusión”


Ai devo parar pra pensar: tem culpa eu?

Me identifiquei ca Pola

Veja o blog dela né:

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Pro Dia Nascer Feliz

Antes que me esqueça e pra terminar a epopéia da 2ª Mostra de Cinema de Ouro Preto devo prestar homenagens a um grande diretor que com apenas dois longas no currículo se transforma pra mim num referêncial de documentarista brasuca. Falo de João Jardim que dirigiu junto com o não menos competente Walter Carvalho o maravilhoso Janela da Alma que traz à luz o olhar. As diversas formas de olhar. Um filme imperdível.

Contudo quero falar de outro filme que vi na segunda-feira, 18 na Mostra. Trata-se de Pro Dia Nascer Feliz. Documentário sobre os contrastes da educação no Brasil que vai além das questões educacionais e sociais. O filme descortina poeticamente o Brasil passando por Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo pra mostrar sem maquiagem a vida de brasileiros que querem saber mais.


Algumas passagens são maravilhosas como a da pequena poetisa de Pernambuco. Outras chocantantes como a cofissão de assassinato de uma menor dentro de sua escola.

Fica bem claro nesse filme os fatores que determinam o sucesso de um estudante: a base familiar, a estrutura e capacitação das escolas e o desejo do aluno de se superar.

Com fotografia bem afinada de Gustavo Hadba e ediçao desconstruida do próprio Jardim o filme nos fere fundo na carne de forma a não deixarmos de compreender que o Brasil, apesar da má educação pública, tem força pra se superar e, na outra ponta, precisa ser levado de vez a sério pelos homens de terno. A estrutura educacional brasileira esta em frangalhos. A educação esta em coma e em estado gravíssimo. Vamo acordá!

Como diz a letra da música dos Engenheiros do Hawaii:

Ouça o que eu digo
Não ouça ninguém
...
O que nos devem
Queremos em dobro
Queremos agora!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

SIM PODE NÃO

Deitado nos pufs do Cine Vila Rica (leia post 17 JUN, domingo) assisti o maravilhoso PROIBIDO PROIBIR de Jorge Duran. Um belo presente da 2ª CINEOP.

Com roteiro bem alinhavado por Jorge Duran e Dani Patarra, com colaboração de Gustavo Boher e Eduardo Duran, o filme tem bom ritmo e te prende já desde o início com imagens fortes numa ala de oncologia de um hospital, permeadas por alucinações de um jovem estudante de medicina.

Três jovens universitários vivem um triângulo amoroso no Rio Janeiro. Paulo (Caio Blat), estudante de medicina, adora balinhas alucinógenas e as toma enquanto atende seus pacientes, Leon (Alexandre Rodrigues), estudante de sociologia, divide moradia com Paulo, seu melhor amigo, e namora Letícia (Maria Flor) que estuda arquitetura. Tudo corre bem entre eles, já que o triângulo amoroso ainda não se consumou. Uma questão de vida ou morte envolvendo uma paciente de Paulo muda os destinos de suas vidas pra sempre.

Trio de extremo talento e presença em cena. Viva a dramaturgia brasileira!

Com a direção de fotografia nas mãos de Luiz Abramo, o filme ficou afinado. Esse rapaz fotografa com simplicidade e força expressiva. Fez-me lembrar o Toca Seabra (Cão Sem Dono e O Invasor), fotógrafo predileto de Beto Brant. Numa das cenas do filme aparece em segundo plano o cartaz de O INVASOR. Uma clara homenagem dos diretores.

Uma co-produção Brasil-Chile através do programa Ibermedia.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

LENTO MA NO TROPO

Ontem foi dia de cortejo pelas calçadas. Os grupos Trampolin, Programa Valores de Minas, Grupo Folclórico Zé Pereira de Mariana e Pernas de Pau usaram as centenárias calçadas de Pedra Sabão das ruas de Ouro Preto como palco para um cortejo que fez a festa da moçada. Dançando eufóricos com as batidas de Maracatu, samba e axé, os participantes não largaram do lugar enquanto havia batuque.

Mas o melhor do dia, ou melhor, da noite veio sob o nome de Santiago.

Magnífico documentário de João Moreira Sales com fotografia primorosa de Walter Carvalho. Reconheço ter dado alguns cochilos no início da projeção. Contudo, lentamente o filme vai te pegando. A medida que ouvimos aquele argentino de sotaque forte e elegância refinada falando a respeito de sua admiração incontida pelos grandes mestres da pintura, música erudita, dança e sua obcessão pelas grandes dinastias do mundo antigo, agente se rende. Com o desenrolar da película, filmada em preto e branco, nossa apatia vai se transformando em curiosidade e mais outro tempo se passa e nos sentimos filhos ou parentes muito próximos desse ancião tão curioso e sensível.

A leveza dos seus gestos com as mãos. O rigor da sua fala firme e ponderada. A expressão oblíqua de seus olhos. E principalmente a sua abnegação a pura arte em todo o seu fervor. Me rendi lentamente, mas nem tanto. Filme que ao final deixa aquele frio no estômago junto com uma angustia quase incontida que só não me levou a emoção lacrimada por que a vergonha a conteve. Emoção que vi em alguns olhares de espectadores saindo e ouvi de alguns amigos nos comentários pós projeção. Se existe um filme imprescindível para o ávido admirador do cinemão, sem dúvida Santiago e um deles. Emocionante e divinamente poético.

domingo, 17 de junho de 2007

Cão sem dono


Assisti ontem esse danado de filme bom. Até o cão que num tem dono, mas tem um amigo, faz bonito no filme. Grandes talentos jovens, no caso de Tainá Müller (Marcela), Júlio Andrade (Ciro). Filme dirigido a quatro mãos por Beto Brant (O Invasor) e o simpático Renato Ciasca, com quem troquei algumas palavras. Comentei de sua ponta como atacante no filme e ele me disse:

- Fiz um golaço!



Esse filme comprova mais uma vez o talento de um dos melhores diretores da nova safra, Beto Brant e nos revela outros tantos que certamente ainda tem muito pra nos dar. As personagens do porteiro e do motoboy são impagáveis. É de rolar de rir.

A vida é bela. E muito melhor com tanta arte pelo ar.

. Hoje tem Baixio da Bestas do premiado diretor Claudio Assis (Amarelo Manga), com Matheus Nachtergaele e Caio Blat no elenco. A promessa é virilidade.
Abraaaçooss e até amanhã com mais da 2ª Mostra de cinema de Ouro Preto

Se a lua hoje sair Terei que chorar

Verso de um poeta que encontrei no barroco, bar da rua direita de Ouro Preto. Ele me disse seu nome, mas eu esqueci. Me perdoem a indelicadeza.

Essa é a banda de música Sociedade Musical Senhor do Bom Jesus que deu um show em frente ao cinema Vila Rica e tocou o Hino Nacional lá dentro. Um prazer.

Olha aiii! É o cine Vila Rica! Todo cinema divia ser igual a ele. Que beleza e que prazer assistir a um filme nessa sala. Confortável, elegante.
Um pouco antes do filme de abertura da mostra, Rio 40 Graus, rolou um lindo show com Maurício Tizumba (Grande Otelo), Regina Souza (Angela Maria), Raquel Coutinho e Beth Leivas, entrou todo mundo na roda. Rodolfo Nani, diretor de o Saci, deu um show a parte com sua animação e simpatia. Dez.

Após o filme alguns encontros com poetas e artistas pelos bares da velha Ouro Preto.

sábado, 16 de junho de 2007

Que que vai passar? Ah é um filme brasileiro

Ontem foi bom. Essa frase ouvi do curador da mostra, amanhã falo o nome dele, esqueci agora. Disse ele que estava na fila pra o filme Rio 40 graus de Nelson Pereira dos Santos e ouviu de um ocupante da fila essa maravilha de frase:



A menina perguntou pro colega ao lado:

- Que que vai passar?

- Ah é um filme brasileiro

respondeu o rapaz



Claro o curador ficou furioso. Eu achei o máximo. dahora. nada contra. caso não saibam os filmes brasileiros não são tão amados como gostariamos. Mudando de assunto. O filme é realmente um clássico. Conversando com um novo amigo que fiz aqui na mostra chamado Otávio, chegamos a mesma conclusão:

O filme da um pouco de sono. O ritmo é da época. É o primeiro filme de ficção do mestre e realmente não é um primor no ritmo. Contudo o tema e a forma como abordou nosso excelente Nelson, realmente é coisa de mestre. Cuca fresca e ativada. Admirável o cidadão. Quem dera poder chegar nos pés do nosso Romário do cinema. Sem é claro a arrogancia do baixinho. Nelson faz jus a fama de maior diretor do cinema brasileiro. Indispensável.



Depois da grande abertura aconteceram várias. Vou só deixar uma foto pra instigar vossos desejos por novas estórias. Ou novas boas e ruins experiêcias.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

HOJE TEM TELONA

Hoje tive a minha primeira aula na oficina de Produção Cinematográfica ministrada por Sérgio Kieling, Produtor Executivo da Olhar Imaginário de Toni Venturi que dirigiu o premiado Cabra Cega. Aula inicial com as devidas apresentações. Uma curiosidade apontada pelo ministrante é que a oficina de Produção esta mais recheada de avidos alunos que a de Direção. Normalmete acontecia o contrário, disse ele. Mais bacana da oficina hoje foi a avant premier do documentário sobre a poderosa rainha das chacretes Rita Cadilac. Tivemos a oportunidade de ver e ouvir a primeira parte do documentário que será exibido nos cinemas em breve. Existe também uma versão que será exibida no SBT, menos apimentada do que a que assistimos. Essa sim com cenas e depoimentos fortes da guerreira Cadilac. Muito emocionante, corajoso. Fiel a vida dessa bela e eterna vedete da telinha. E graças a Olhar Imaginário agora eternizada na grande tela.

Hoje ainda tem cinemão com a exibição de Rio 40 graus amanhã conto tudo.

abraços e até.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ouro Preto no Outono tem Cinema


2ª Mostra de Cinema de Ouro Preto

Começa neste fimde [14 a 19 de julho 2007] a 2ª Mostra de Cinema de Ouro Preto e vai abordar a produção cinematográfica dos anos 50.


Tendo como missão e foco principal a "Preservação, Restauração e Memória do Cinema Brasileiro", a mostra vai percorrer a década de 50 passando pelo meio documentário, meio ficção "Rio 40 Graus (1955)", obra que inspirou o Cinema Novo e a obra prima "Rio Zona Norte (1957)", com Grande Otelo no elenco e músicas de Zé Ketti, ambos de Nelson Pereira dos Santos, homenageado da mostra. O Diretor já produziu 46 filmes, entre longas e curtas metragens. Dirigiu “Vidas Secas (1963)” e “Memórias do Cárcere (1984)”, premiados em Cannes.

Outra pérola da Mostra é o musical “Tudo Azul (1952)” de Moacyr Fenelon. Conta a estória de um compositor frustrado que trabalha em uma seguradora. Casado, quatro filhos e sendo ameaçado de demissão tenta o suicídio.


Filme restaurado pelo Centro de Pesquisas do Cinema Brasileiro, com patrocínio da BR Distribuidora, que tem a participação especial da Escola de Samba Império Serrano do Rio de Janeiro. Estão no elenco as rainhas do rádio Marlene, Emilinha Borba e Linda Batista, três ícones do cinema e do rádio brasileiros e ainda Luís Delfino, Milton Carneiro, Blecaute, Quatro Azes e um Coringa. Quer mais!? Só assistindo.

Como disse nossa impagável Ministra do Turismo Mala Suplicy "Relaxa e goza porque você esquece todos os transtornos depois".

Divirtam-se que o melhor remédio.

site oficial da mostra

http://www.cineop.com.br/cineop/

quarta-feira, 13 de junho de 2007

ReBORdose


Pra quem esta ou vai pra Sampa nesse próximo fimde, não PERda a ReBORdose. Uma festa bacana com eletronics bala, boa conversa fiada (quando der pra ouvir) e Sr. presas. Tem som pesado, vídeolinks, literatura, postloucos, DUBilhados, ELETRObusters, cafuringas, sambalêlê, FuRduncio, ringtOnicos, bateESTACA e um tichito de nheNHEnhém. Entre moças e caras que vão da ao ar as mais melódicas e ruidosas notas esta meu amigo barbudim, Flávio Gondim[soundealers], meio louco meio poco mago da divertilândia que emite ruídos coloridos por toda a tridiparte. Fala GOrdim:

"Sabado som na ruaDomingo toco com Roberta Prata e o Pedro na rebordose,uma das festas mais importantes da cenatechnounderground de sampa...

as 5 da tarde tocamos..afesta eh de dia..vale conferir.

flyer e infos no link abaixo
http://deejayjuliao.multiply.com/photos/hi-res/upload/Rm55vAoKCoQAAFQ5nOw1

sabado eh na fradique..eh de gratz...bohra!"

abraaaço.

sábado, 9 de junho de 2007

A Guardiã do Cisne Negro



A Guardiã do Cisne Negro


Há muito tempo, numa era em que os lagos azuis enchiam de encanto e magia o vale da Pedra Menina, vivia uma mulher solitária chamada Ibyara. Naquelas bandas ela era conhecida como a Dona do Cisne porque em seu sítio criava cisnes. Cisnes brancos, pardos e um belo cisne negro habitavam os lagos daquele pequeno e bem cuidado sítio chamado Amanaiara. Este sítio estava assentado as margens da Pedra Menina sobre a qual corria uma lenda da origem de seu nome:

O índio Tamandaré e seus familiares sobrevivendo a uma grande enchente provinda de um dilúvio e com a responsabilidade de povoar a terra, já prevendo grandes inundações que cobririam suas terras, abandonam o litoral e vão abrigar-se nas montanhas, donde se pode ver os largos horizontes, e observar o nascer do sol. Tamandaré teve vários filhos e filhas, entre as meninas uma pequena morena, de cabelos negros como o carvão, de rosto redondo, dentes brancos como o giz e um sorriso mágico que a todos encantava. A tribo que ali vivia em harmonia, respeitava seus antepassados e a força da natureza e consideravam sagrados os elementos Ig (Água), Ibi (Terra), Tátá (Fogo) Ybyty (Vento). Havia Rudá, o deus do amor, que tinha a seu serviço uma serpente que reconhecia as moças virgens, recebendo delas os presentes que lhe levavam e devorando as que haviam perdido a virgindade. Numa manhã fria, lá no alto da montanha surge num estalo um objeto circular e brilhante, emanando cores vibrantes, emitindo silvos que a nenhum pássaro se assemelhava, deixando a tribo em êxtase.Lentamente esse objeto desce aplainando pelas encostas da montanha e pousa num alagado. Ouve-se um apito agudo e estridente que faz zumbir os ouvidos da tribo.
È uma esfera cinza com saliências brilhantes como bronze polido que se parece com escamas. Durante alguns segundos os índios observam espantados para aquilo. Um estalo. Deu-lhes mais um susto.

Da parte superior daquela pequena esfera abre-se um anel de escamas, como uma flor desabrochando. Ouve-se alguns ruídos e surge por entre as escamas quatro pequenos seres verdes como safira, cada um lembrava uma forma humana. Cada um tinha quatro rostos que estavam voltados para as quatro direções. Tinham aparência de leão, touro e águia, ao mesmo tempo. Rodavam para os quatro lados sem precisar virar. No meio dos seres havia uma coisa parecida com brasas acesas, queimando como tocha, esse fogo se movia entre os quatro seres. Descendo figuras vultosas que a todos impressionava e procuraram logo manter contato com os principais da localidade, sendo bem acolhidos. Os visitantes ficaram impressionados com a beleza das mulheres, principalmente a menina de cabelos longos e negros, um deles procura seduzi-la. Não aceitando o assédio do visitante e temendo a serpente de Rudá que a devoraria, levando consigo sua pureza, a menina foge para a mata e é perseguida pelos visitantes enlouquecidos de desejo. Já sem forças recorre a Rudá pedindo, que para sua proteção fosse transformada em pedra assim os visitantes não a molestaria e poderia viver eternamente com sua pureza.
Rudá, em sua grandeza, entende o pedido da pobre menina e a transforma em pedra. A pedra mais alta do vale que doravante seria chamada de "Pedra Menina". Os visitantes que a perseguiram, por sua infidelidade e luxúria, foram abandonados por seus companheiros em terra e se perderam nas matas. Como castigo Rudá os transformou em Árvores Andantes, vagando pelas matas assombrando os caçadores.

Sob a montanha corria outra lenda, esta mais recente, e que envolvia Ibyara. Diziam os mais velhos que Ibyara tinha uma filha. Uma pequena garota de seis anos de idade que encantava a todos por sua doçura, meiguice e amendoados olhos negros. Ibyara criava a pequena sozinha, pois não se sabia que a mulher tivesse marido ou que a menina tivesse pai.

Contam que um dia a pequena amanheceu adoentada e que nada nem ninguém sabia da causa da súbita doença. A mãe desesperada pelejava atrás da cura. E por ali passaram médicos, curandeiros locais, benzedeiras sem conseguir remediar a pobre enferma. Os dias se sucediam e a menina esvaia-se em febre e calafrios. Tudo se tentou e a todos a inconformada mãe recorreu, mas os deuses aguardavam um destino cruel àquela mãe desesperada.

Num fim de tarde uma velha senhora surgiu á porta de Ibyara com uma pedra nas mãos, assustando a todos que acompanhavam o martírio da pequena. Ela entrou pela sala devagar e se dirigiu ao quarto onde a menina agoniava. Ao lado da cama havia senhoras que rezavam em prol do restabelecimento da saúde da menina. A mãe postada de joelhos acariciava a fronte soada da pequena. A senhora se aproximou devagar e tocando de leve as costas de Ibyara chamou a sua atenção. Ibyara virou-se desanimada e percebeu a Velha Senhora ao seu lado.

Sem dizer palavra a Velha estende a pedra à mãe que instintivamente recebe-a as mãos. A velha sopra levemente a pedra, se aproxima do ouvido de Ibyara e sussurra alguma coisa. Por alguns minutos a cena se estende ao olhar surpreso de todos naquele quarto. Terminado o sussurro Ibyara levanta-se e delicadamente pede que todos as deixem sozinhas, ela, a Velha e a filha. Todos saem hesitando um pouco. Ibyara fecha a porta atrás do último a deixar o quarto.

Após alguns minutos são ouvidos grunhidos saindo lá do quarto. Sons assemelhados a grunhidos de ganso ou pato. Todos ficam estupefatos com aqueles sons. Em seguida lá fora o vento começa a soprar forte tocando poeira pra todo lado. O céu se escurece em nuvens negras, e raios estalam por todo o vale. Despenca um temporal intenso e mais raios faíscam pelo céu.

Após alguns minutos tudo se acalma. Uma leve brisa agora sopra e o céu vai se abrindo em tons de lilás do pôr do sol que se aproxima. De repente, saindo por detrás das montanhas surge uma ave negra em vôo rápido e suave. Ao aproximar-se observam os presentes que é um cisne negro de grande porte. Ele rodeia pelo vale e pousa suavemente no lago azul central daquele sítio. As pessoas acompanham tudo em estado catatônico.

Algum tempo passa e a porta do quarto da menina se abre. Ibyara caminha para fora da casa com a pequena menina morta em seus braços. As pessoas a rodeiam entristecidas.

A partir do ocorrido ninguém mais viu aquela misteriosa Senhora. Ninguém a viu sair do quarto ou da propriedade. E Ibyara, mesmo indagada, jamais disse o que ocorreu naquele dia dentro do quarto. O que se passou depois é que a mãe, aos poucos, foi se isolando de todos e aquele cisne passou a viver naquela propriedade sob os cuidados e dedicação diárias daquela, então jovem mulher. E que todo pôr do sol podia se ver os dois. O cisne nadando calmamente e a mulher observando-o as margens do lago.

O que ocorreu naquele dia, ninguém sabe. De onde veio aquele cisne negro, ninguém disse.

continua...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Exmo. CARA SUJA





A semana do meio ambiente movimenta o mundo para as questões ambientais. Graças! Uma das questões importantes nesta vasta área é a destinação dos resíduos urbanos. O lixo que produzimos todos os dias em nossa casa.

Quando falamos em meio ambiente a primeira coisa que nos vem à mente são as florestas, a fauna, a flora, etc. Contudo tão importante quanto nossas florestas é a forma como lidamos com nosso lixo, fator fundamental para a preservação ambiental. Claro quando jogamos uma casca de banana no cesto de lixo plástico não pensamos pra onde ele vai.

Mas precisamos começar a pensar e agir logo. No Brasil mais de 70% do nosso lixo vai parar nos lixões. Os lixões são verdadeiras bombas relógio prestes a explodir embaixo de nossos pés. O potencial de contaminação dos lixões é devastador para o solo, rios, localidades urbanas e agrícolas próximas e para a atmosfera. Produzem chorume (um líquido preto e fétido) que contamina rios e lençóis freáticos, gás metano que aumenta os riscos com aquecimento global, além de lixo hospitalar, industrial e lixo tóxico que são todos depositados juntos sem nenhum cuidado.

Além disso, tudo existe ainda o problema dos aterros sanitários. Onde o lixo é depositado em camadas sobre mantas impermeáveis e aterrados em seguida. Este método considerado legal no Brasil, já foi extinto em países como a Alemanha, Japão, Suíça, entre outros. Fazendo uma analise mais detalhada descortina-se um arranjo entre autoridades públicas e privadas para cometer crimes ambientais autorizados por lei.

Levantando o tapete, tem muita sujeira escondida:

Aterro sanitário em Maceió (AL) gera controvérsia entre Ministérios Público Federal e Estadual



Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Pode ser classificado como uma confusão absoluta o processo em curso na cidade de Maceió visando a implantação de um aterro sanitário para desativar o hoje chamado “Lixão de Mangabeiras”.

Há cerca de um ano, a Prefeitura de Maceió solicitou e obteve licença prévia para instalar o aterro em Cachoeira do Meirim, região desabitada nos canaviais do Grupo Carlos Lira.

A LP foi aprovada pelo Conselho Municipal de Proteção Ambiental – COMPRAM -, conforme indicação clara dos EIA-RIMA, sustentados por estudos preliminares de professores da Universidade Federal de Alagoas –UFAL. A licença estabelecia vários estudos subseqüentes na área escolhida, que não foram realizados no período de um ano.


Subitamente, a Prefeitura desistiu da área apontada pelos EIA-RIMA e pelo grupo da UFAL como mais adequada dentre outras 16 áreas. Resolveu-se a implantar o aterro sanitário em Guaxuma – bairro e praia homônimos -, no litoral norte de Maceió. A proposta causou “estupefação e inquietude” nas comunidades locais.











(Nesta praia existe a casa onde habitava nosso "saudoso" P. C. Farias)


“A nossa única certeza é que o aterro não será construído na área da Cachoeira do Meirim. E o motivo é simples, as terras pertencem à usina Cachoeira do Meirim”, disse o vereador Thomaz Beltrão (PT) à agência Alagoas 24 Horas.

Mas a substituição do local escolhido não está se mostrando fácil. A sociedade civil, mais uma vez, reagiu de maneira aguerrida. “A escolha de Guaxuma para o aterro é infeliz sob todos os pontos de vista”, dizem lideranças comunitárias do litoral norte de Maceió, na carta entregue ao prefeito de Maceió, Cícero Almeida, no dia 22 passado.

“Guaxuma é o único vetor de expansão urbana da cidade de Maceió, é região de nascentes e microbacias fundamentais para o abastecimento de água dos bairros do Litoral Norte de Maceió, é região costeira de inestimável valor paisagístico e turístico, além de não possuir área contínua com capacidade de dar vida útil prolongada a um aterro sanitário que ficaria a pouca distância de aglomerados habitacionais já existentes”, coloca o documento, batizado de “Tirar o lixão sim, mas aterro em Guaxuma não!”.

Na versão da Prefeitura, a mudança do local do empreendimento se baseou em um parecer, de esquálidas oito páginas, elaborado pelo Setor de Controle Ambiental da Companhia de Saneamento de Alagoas – Casal. A alegação foi que, se o aterro for em Cachoeira do Meirim, ficará a apenas um quilômetro do espelho d´água da barragem hoje em construção no rio Pratagy – obra a cargo da “navalha” construtora Gautama.


report by Ambiente Brasil



http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=31466

segunda-feira, 4 de junho de 2007

BRANCO OU PRETO


Em dias de sol
A sombra é negra

Em dias nublados
A massa é cinzenta

Em dias de chuva
Tudo fica molhado

Se todos os dias fossem iguais
Tudo ia ser branco ou preto
E seco.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Flores em Pneu Velho



Uma simples e genial idéia que um empresário curitibano colocou em prática e transformou em um projeto sustentável. Dando destino final ao pneu que seu carro não vai mais usar. Geralmente o ciclo de vida de um pneu termina contaminando rios, matas ou cantos de rua. Neste caso ele vai parar no seu jardim sem nenhum dano ambiental, muito pelo contrário:
Mônica Pinto / AmbienteBrasil
A Casa Cor Paraná 2007, a ser aberta hoje ao público em Curitiba (Avenida Vicente Machado, 1800), expõe um produto que tem tudo para cair no gosto do consumidor consciente. É o chamado “xaxim ecológico”, a partir do qual são confeccionados vasos, painéis e outros adornos que podem ser apreciados no ambiente “Casa da Vovó Moderna”. Este xaxim que poupa a versão natural, Dicksonia selowiana, hoje sob ameaça de extinção, é feito de pneus reciclados. Patenteado há quatro anos pelo empresário Gilberto Lunardon, o produto nasceu dentro das atividades de sua empresa, que já fabricava isolamentos acústicos com borracha reciclada. Com o resíduo desta fabricação, nasceu a idéia, desenvolvida inicialmente de modo quase artesanal. O xaxim ecológico ainda tem um mercado tímido. Gilberto atende hoje quase que exclusivamente paisagistas, executores de projetos em hotéis e escolas, por exemplo. “O custo é um pouco mais caro do que o de um vaso de plástico. As pessoas ainda escolhem mais pelo preço”, disse ele a AmbienteBrasil, explicando porque ainda não foi possível uma fabricação em grande escala. Mesmo assim, a produção se expandiu para vários produtos. A empresa atualmente disponibiliza uma gama de opções elaboradas com o xaxim ecológico: tutores que conduzem o crescimento natural da planta; protetores anti-dengue (preenchimento de espaço no prato colocado sob o vaso), substituindo o uso de areia e favorecendo a umidificação; costaneiras idealizadas para jardins internos; pisadas antiderrapantes; cavacos que decoram e oferecem a possibilidade de aromatização do ambiente e, por fim, jardineiras, ideais para o aproveitamento de espaços em diferentes ambientes e utilizadas para o cultivo de diversas espécies vegetais. O empresário diz que a idéia já foi copiada. “Estamos tomando providências jurídicas: ou param com isso ou nos pagam os devidos royalties”, antecipa.


report by Ambiente Brasil


RECLINE. RELAXE. RECUPERE-SE


L-Z-Boy prospera na inovação de estofados.

Em 1928, Edwin Shoemaker projetou uma cadeira de madeira reclinável, são quase 80 anos de inovação tecnolólica. No início ele e seu sócio, Edward Knabush, não obtiveram muito sucesso, as lojas a vendiam mais no período do verão. Mas uma sugestão de um parceiro ao projeto trouxe a reclinação definitivamente para os lares americanos. Os sócios nomearam sua criação como L-Z-Boy.

A companhia tem uma longa história de inovação. Com um adicional de 15 dólares, um vibrador era instalado, o que impulsionou o mercado de cadeiras em 1957. Mais recentemente, a companhia liberou modelos com climatisadores e controle remoto instalados nos braços. Com mais de 200 patentes para mecanismos e estilos diferentes, é seguro dizer que a L-Z-Boy nuca pôs seus pés para o alto.

Localizada ainda no centro de Monroe, Michigan, a L-Z-Boy emprega mais de 20.000 trabalhadores, e produz 30.000 cadeiras por semana. Shoemaker que completaria 100 anos no próximo 2 de junho, esteve envolvidos nos projetos até a sua morte em 1998.

Terminada a primavera de 1928, a primeira L-Z-Boy reclinável foi construída com pedaços de madeira retirada do quintal com uma ligação balanceada que a medida que empurramos o assento para frente simultâneamente o encolto incina para trás.

Recline. Relaxe. Recupere-se

“Recline. Relaxe. Recupere-se” diz o anuncio de 1930, acima. Um gráfico das atividades diárias do corpo vende os benefícios de reclinar para a saúde. As promessas do anuncio faz o negócio dobrar.

Cadillac-Satélite, o assento do amor.
Mostrado na feira de Inverno do Mobiliário de Chicago em 1959 (Chicago Winter Furniture Fair). O assento do amor Cadillac-Satélite era feito com 2 peles de vison e estofamento Otto-Mattic . Os figurantes gostaram dos espelhos retrovisores, chifres, aletas da calda, faróis, lanternas, uma tubulação de exautão, um rádio, vibrador e rodas e faziam uma multidão pedir, seriamente, por favor que desocupassem os assentos.