sexta-feira, 30 de maio de 2008

Reações desagradáveis

Peguei uma gripe daquelas disseram-me que é culpa da minha moto. É comprei uma moto. CG 125 1979. Um sucesso nas ruas. Mas disso depois eu falo. O pobrema é a tal da gripe. Pela primeira vez comprei remédios. Primeiro o paracetamol. Adiantou nada. Tomei todas as pílulas e nada. Samantha, do beijo mais doce do mundo, me aconselhou a tomar antibiótico. Tive que me render e pela primeira vez fui comprar o danado. Cheguei à farmácia com minha moto. Disse à atendente que queria um antibiótico e ela não se mostrou muito inclinada a me atender. Depois de insistir e dizer que precisava muito ela se convenceu e me indicou três possibilidades. Fiquei com a mais barata e com tempo de tratamento mais prolongado. Um comprimido a cada 8 horas durante sete dias. 21 cápsulas. Tudo sem receita apesar da tarja vermelha. Pouco tempo depois da primeira cápsula, (parece que vou viajar pra lua - cápsula.) me senti melhor. Contudo meu estomago começou a ter algumas reações estranhas. Muita barulhada lá dentro. Samantha perguntou se havia festa por lá. Logo tive que ir ao banheiro. Na cama, peguei a caixa e abri a bula. Li quase no final da primeira página em negrito o seguinte texto:
Informar ao médico o aparecimento de reações desagradáveis tais como dor gástrica, náusea, vômito, diarréia e flatulência (gases)”.

Diarréia e flatulência (gases) – essas “reações desagradáveis” poderiam chamar de efeitos cotraseirais. E ainda descobri que essa tal de amoxicilina corta o efeito dos anticoncepcionais.
Portanto, mulheres cuidado com a gripe. Ela pode te trazer dois presentes barulhentos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Bichinho das Pipas

Fui a Tiradentes no último feriado. Tava rolando lá um encontro de motoqueiros, melhor motociclistas que possuem uma Haley Davidson. Coisa pra bacana com grana. Como a gente não tinha nem uma coisa nem outra, resolvemos ir pra um lugarzinho que se chama Bichinho e fica a 7 km de Tiradentes. Tiradentes, ex-cidade histórica. Quer dizer ainda é histórica mas perdeu o charme com tanto restaurante de pompa. Parece que estamos andando numa daquelas ruas bem cuidadas dos Jardins em Sampa. Credo. Falando de Bichinho:


Fomos pra lá eu, Lilian e Daniela. Novas fiéis e inseparáveis amigas minhas, além de colegas de trabalho.
Às 11h da manhã de sexta 02/05/08 meu celular toca. Acordei com o bicho gritando no meu ouvido. Era Daniela, me chamando pra irmos a Tiradentes. - Vamo né! Tomei banho, escovei os dentes e sai sem tomar café. Isso me deixa mal humorado de manhã. Tive tempo de conversar com minha sobrinha Maria Eduarda, 2 anos e pouco. Falamos de tambor, que ela adora. E tocavamos juntos no meu quarto. Do tamanho do sapatinho dela comparado com o meu. Quando disse que tinha que sair, ela baixou uma tromba danada. Peguei-a no colo, brinquei, apresentei pras meninas, pra contornar mas não adiantou muito. Foi só deixá-la de novo pra ela encostar na parede e baixar o bico. Fomos então, eu de mal humor por causa de sono e fome e ficou Maria Eduarda também de mal humor porque a deixei de lado pra sair com outras garotas.
Na viagem falei pouco. Apenas respondia monosilabicamente algumas poucas perguntas que as duas me faziam entre a interminável conversa até o destino. Chegamos a Tiradentes.

Depois de tomarmos café (só achavamos café expresso - cadê aquele cafezinho de bule na canequinha esmaltada) e eu recuperar o bom humor, resolvemos que iríamos pra Bichinho, depois de perambularmos um pouco por Tiradentes. Nenhuma novidade e muitas motos pelas ruas. Vamos então.
Sábia escolha. Que lugar maravilhoso esse tal de Bichinho ou Vitoriano Veloso. Primeiro fomos a Igreja Matriz, segundo a indicação de um artesão, patrão de Xuxu, o ajudante fiel, que faz flores maravilhosas de papel. Queria muito conhecer essa Igreja que foi restaurada recentemente e abriga obras maravilhosas do Barroco mineiro. Altares ornados com folhas de ouro, uma pequena escultura, cuidadosamente esculpida, de Santa Rita de Cássia me encantaram.

Lugar habitado por artistas de toda classe. Me impressionaram muito as esculturas de Naninho. Um artista autodidata que esculpe em madeira maciça imagens católicas e personagens mineiros. Donas, lavradores. Lá vi uma linda escultura de São Francisco em tamanho natural. Dez mil reais. Lindíssima. Seu estilo lembra demais nosso incomparável Aleijadinho. Parece correr no sangue de Naninho o talento do gênio Aleijadinho, mestre do Barroco mineiro. Detalhe. Ele nunca foi a Congonhas. Disse pra ele que fosse pois iria se emocionar, talvez mais que eu quando tive por lá. Principalmente com as imagens em tamanho natural dos passos de Cristo feitas em madeira maciça como as de Naninho. Lá em Congonhas diante de tanta beleza e talento só pude chorar (de emoção).

Almoçamos no restaurante Tempero da Angela. Baum demais mêes! Comida boa e sortida.
Escultura de Naninho

A gente se serve no meio das cozinheiras, entre elas a própria D. Angela frintando torresmo e conversando a valê, e outros clientes. Tem doces, todos os tipos mineiros. O preço? Tudo R$ 12,00 por pessoa, incluindo os sorrisos. Barato, ou melhor um preço mais que justo. Não da pra perder.

Depois de comido, depois de Naninho e do florista de papel, encontramos Antônio e suas pipas multicoloridas. Cheias de fitas de Congadas e Reis. Puro folclore e como disse Daniela pura alegria. Ainda tomei uma boa pinga com ele e papeamos sobre arte, meio ambiente e filosofia de vida.

Não podia ter sido melhor. Boa companhia, muita arte e alegria voltamos com aquela pequena tristeza: - Que pena acabou. Mas podemos voltar. E certamente voltaremos. Até Bichinho.