Estive visitando ontem a exposição "O Mundo Mágico de Marc Chagall - O Sonho e a Vida", na Casa Fiat de Cultura no Belvere, Nova Lima. Na primeira sala estão algumas telas do início da sua carreira, onde percebo suas pinceladas delicadas e perfeita harmonização de cores. Em "As Núpcias ou O Casamento Religioso, 1918" as asas do anjo com pinceladas em sobre tons de vermelho denuncia a quase obcessão de Chagall pelo vermelho. Em inúmeras obras os vermelhos estão presentes. Outra cor também se destaca em sua obra - os verdes.
Passada essa primeira impressão passamos a segunda sala onde estão as 42 litografias originadas dos guaches que Chagall produziu pra ilustrar o romance Dafne e Cloé (leia texto abaixo). Nesse instante é que entendo a razão do título da exposição. Realmente trata-se de um mágico que manipula as cores criando uma paleta única de beleza e riquesa cromática. É impossível não se encantar e fechar a boca.
Quando conversava com Daniela, minha amiga, que me acompanhava na visita. Fui surpreendido por Haroldo um dos monitores que auxiliam aos visitantes. Ele me ouviu falar que se tratavam de desenhos, provavelmente aguadas ou desenhos a pastel seco. Quando na verdade tratavam-se de litogravuras. Travamos um papo longo sobre o fazer arte. A importância do pensamento na tela. Daniela se espantou ao saber que um artista se diferenciava do outro pelo pensamento e não pela criação ou inspiração. Ou seja, uma obra não se realiza apenas porque o artista é um ser criativo e talentoso. Ele se realiza sim pelo pensamento. Toda obra é planejada. Não há inocência no processo criativo.
Continuamos a perambular pela exposição e paramos nas gravuras em metal das fábulas de La Fontaine. Haroldo nos interrompeu e pediu que decessemos ao andar térreo onde expunham sobre como são impressas as litografias e gravuras em metal. Fomos até lá e acabamos deixando a série "A Biblia" onde Chagal em 105 gravuras ilustra fatos do livro sagrado. Também para próxima visita ficou a segunda exposição onde veremos as esculturas de Rodin.
Liebende in Vence by
Até lá então.
Continuamos a perambular pela exposição e paramos nas gravuras em metal das fábulas de La Fontaine. Haroldo nos interrompeu e pediu que decessemos ao andar térreo onde expunham sobre como são impressas as litografias e gravuras em metal. Fomos até lá e acabamos deixando a série "A Biblia" onde Chagal em 105 gravuras ilustra fatos do livro sagrado. Também para próxima visita ficou a segunda exposição onde veremos as esculturas de Rodin.
Liebende in Vence by
Até lá então.
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Série Dafne e Cloé
42 gravuras
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Para realizar a série Daphnis et Chloé, Chagall viajou duas vezes à Grécia, com o propósito de vivenciar a atmosfera e a luminosidade da paisagem e conhecer melhor a cultura pastoril. A primeira visita, em 1952, proporcionou a execução dos primeiros guaches, que registram a luz mediterrânea e a experiência emocional vivida em terras gregas. Dois anos depois, o artista retornou para aprofundar seus conhecimentos do mundo clássico. Os 42 guaches foram realizados entre 1953 e 1954. Em 1957, o pintor dá início aos estudos preparatórios para a transposição dos guaches em litografias, com o impressor Charles Sorlier (1921-1990), no famoso estúdio de Fernand Mourlot. Juntos, eles desenvolveram transparências de cor e criaram jogos que contrapunham brilhos e opacidades. Para obter o resultado pretendido, de extraordinária beleza cromática, foi necessário utilizar uma pedra para cada tonalidade de cor. Assim, uma única gravura exigiu 25 pedras matrizes, o que significa 25 impressões. Tal minucioso processo estendeu-se por quatro anos e a série foi publicada em 1961, por Tériade.
Serviço:
Casa Fiat de Cultura
Rua Jornalista Djalma Andrade, 1250 - Belvedere – Nova Lima (MG)
Informações: 31 3289-8900
Entrada gratuita para toda a programação.
Funcionamento:
Terça a sexta-feira - 10h às 21h
Sábados, domingos e feriados - 14h às 21h.