terça-feira, 17 de julho de 2007

ES-GO-TU

ES-GO-TU

Assim posso jogar fora todas as palavras que pensar, não por dó nem prazer, apenas pra jogar fora. Como disse Negrão sem regras nem formas. Jogar fora é bom porque não precisa mais assim não presta eu jogo fora. Desde que vi o mar pensei pra onde vai tanta água ai descobri que pra lugar nenhum o mar é o esgoto do mundo. Pra li vai tudo que é água e tudo que é jogado fora nela. A música que o som tem também é coisa que se joga fora, pra fora da guela, das cordas, do teclado. Da vida de outras vidas se pode pensar em sons livres de conceitos extremos efeitos de se por um fim. Aos ruídos se vai com desgosto ao gosto do esgotável. Nem por isso é bom pode ser bom mas não pode ser. A coisa é uma coisa boa enquanto é boa quando não é mais agente joga ela fora porque não é mais boa; ou podia ser?sem graça a mais já era num serve mais aquele papel que me entregaram na rua falava de imóveis pra que eu quero uma coisa imóvel que ro coisas movis que se saiam daqui. Que me levem enão me deixem fora. Joguei fora na hora no primeiro lixo que vi. Que é? Num preciso guardar tudo não. Preciso? Num guardo nem o que sinto de lá as coisas que pego. Ontem joguei varias coisas fora. A primeira coisa que fiz hoje foi jogar minha bosta fora no vaso foi direto pro esgot. Ela foi, elas foram juntas e misturadas estavam meio amarelas da cerveja que também joguei fora com a mijada. Joguei fora os pacotes do meu lanche a caixa do tênis allstar falsificado que comprei a sacola que veio junto. Cuspi meu cuspe na rua e joguei fora a saliva que não precisava mais. Tanta coisa joguei fora ontem. Muita conversa tamém joguei fora. Falei com um camarada solitário como eu na noite jogada fora de ontem. Todo mundo quer se dar bem, todo mundo quer ser bom e rico. Praque? Pra poder jogar as coisas fora sem dó. Quandor agente tem muito é bem mais fácil jogar as coisas fora. Agente joga com gosto pq na frente tem mais e agente vai continuar jogando fora. O lixo de rico é poderoso. Ai ta nossa diferença. Agente é o que agente joga fora. Se bebeu demais a bosta é fedida. Se comeu demais a bosta é ardida. Se almou demais a dor é perdida. Se feriu demais a sombra é movida pras trevas, pro fim cavernoso. Fim. Do. Cu. Do. Centro. Do. Mesmos assim queremos mais mesmos que pra jogar fora. Jogar fora. Jogar fora. Fora isso é prazeroso poder guardar. Com saudades pode-se recordar. As coisas boas claro;. As coisas ruins melhor jogar na mente lá no canto. O esgoto do cérebro eu não descobri dizem que nos sonhos temos contato direto com o sub-consciente ser[á] la´ o esgoto do cérebro o sub do cérebro é o esgoto consciente. Aonde depositamos as mazelas as feiúras as imundices devassas.








Memorial Descritivo


Vídeo Instalação: Alta exposição – ruídos coloridos

Um projetor reproduz imagens e áudio de um vídeo. Um expectador interfere na projeção das imagens movendo o próprio projetor para a direção que quiser. A imagem projetada percorre toda a sala de exibição, projetando também imagens sobre as pessoas presentes à sala. Este projetor estará no centro da sala de projeção.
Numa das extremidades da sala de projeção estará instalado um retro-projetor que projeta imagens produzidas por outro expectador. Usando uma caneta piloto, água, areia, filó, redes plásticas, papéis celofane coloridos, alfinetes, pregos, macarrão de letrinhas, ele pode escrever e interferir imageticamente, sobre um vidro apoiado na superfície do retro-projetor. Esta imagem será projetada sobre uma tela de arame instalada na extremidade oposta a do retro-projetor.
Noutra extremidade da sala uma câmera de vídeo digital estará conectada a outro projetor, então manipulada por outro expectador, captando som e imagem e reproduzindo-os em caixas de som numa tela multimídia.
Um microfone plugado a um cubo de som estará disponível para outro expectador fazer intervenções com a voz (palavra falada e onomatopéias).

Conceito

Considerando o caos em que vivemos com a quantidade de informações que assimilamos no dia-a-dia. Esta instalação parte do princípio do quanto é fragmentada a interferência humana quando precisamos nos comunicar. Sujeitos a essa alta exposição de informação são reproduzidos ruídos que se sobrepõem e se entrelaçam adquirindo formas, cores, e desenhos sonoros destorcidos, formando o que se pode chamar de ruídos coloridos.

Objetivo

Buscando a direta interferência do expectador na comunicação midiática, quando na vida real só se submete passivamente. Ele é convidado a produzir e experimentar novas sensações, a partir da manipulação do som, imagens e textos, criando sobreposições com o excesso de informações emitidas simultâneamente. Pensar o suporte. O que posso fazer com isso? Como funciona? Provocar o deslocamento e instaurar o acaso, o aleatório.

Histórico

Quando estudava na Faculdade SENAC/SP, o curso de Design de Multimídia me deparei, na matéria de semiótica, com o livro “Matrizes da linguagem e Pensamento” de Lúcia Santaella que elege a tríade de linguagens: sonora, visual e verbal como as matrizes da comunicação. Iniciei uma pesquisa com base nos ruídos. Experimentando as interferências e os efeitos dos ruídos sonoros, visuais e da palavra escrita e falada na comunicação. Experimentei os ruídos da luz (texturas, filtros, freqüências, pulso e reflexo) na exposição “Lux Lix” (Ago.-Nov./2003), no bar Sarajevo (Rua Augusta) desenvolvendo eesta instalaçs expunha um monitor que darluminárias de sucata e recicláveis. Com percussão, estudo os ruídos sonoros desde jan./2004. Em vídeo, gravei duas vídeo performances fotografando em alta exposição no ano de 2005. Em 2006 gravei o vídeo proposto para esta instalação. E finalmente no mês de Jul./2007 participei de um Workshop no Festival de Inverno de Ouro Preto chamado “Desespecialização Artística”, ministrado por Chico de Paula, Makely Ka e Renato Negrão, onde experimentamos a convergência de textos, imagens, vídeo, áudio, música, instalação e performance. Chegando finalmente ao formato atual dessa vídeo instalação proposta.
As imagens do vídeo a ser exibido foram capturadas em alta exposição (1/15 e 1/8) com uma câmera de vídeo digital, no formato mini-DV. No evento chamado “peqeno mudo” foram produzidas as imagens, onde bandas de rock fora do eixo (G.A.T, Flegma, Netos da Revolução, Unknow Project, RSTART, Selenitas e Margaritas Ante Porcus) apresentavam seu show enquanto o grupo de artistas plásticos e cênicos “Malditos Artistas Insones” produziam intervenções artísticas nos espaços entre a platéia e o palco. Este evento aconteceu no mês de junho/2006 em Mogi das Cruzes, SP. As imagens capturadas em alta exposição criam um rastro que se sobrepondo umas as outras simulam um efeito de psicocinese.


Público Alvo

Homens ou mulheres, de qualquer idade, que se interessem em se expor e experimentar este universo de sensações e efeitos midiáticos.

Equipamentos

· 2 projetores de multimídia
· 1 tela de multimídia
· 1 retro-projetor
· 1 reprodutor de DVD
· 1 câmera de vídeo (mini-DV ou HDTV)
· 1 aparelho vídeo link (link câmera - projetor)
· 1 tela de arame galvanizado de malha fina
· 4 cabos extensores de aço para fixação da tela
· 1 microfone condenser sem fio
· 1 cubo de som para plugar o microfone
· Caneta piloto (azul ou preta), tabuleiro vidro, água, areia (250g), retalhos de filó, retalhos de redes plásticas, papéis celofane (verde, vermelho, amarelo e azul), 1 caixa de alfinetes, 1 caixa de pregos, macarrão de letrinhas (pacote 500g)
· 2 receivers amp - 200W RMS cada
· 4 caixas de som stéreo – 100W RMS cada.

Dimensões da sala para a Vídeo Instalação

· 8 x 5 m (mínimo) – formato retangular
· 8 X 8 m (mínimo) – formato quadrada
· Raio de 4 m (mínimo) – formato redonda

Monitores
Disponibilizar um monitor para dar suporte aos expectadores.

3 comentários:

Tati disse...

Rafael...como vai aí em O.P? Jogar as coisas fora é bom mesmo... ow, fiquei inté preocupada... ta tudo bem? bjs.

Polly Etienne disse...

...e joga fora no lixo!!!!!!!!!!!!!
é tão bom que deixa a gente leve:)
bjs

kennedy rafael disse...

eh tou bem sim tati. reflexões pra desabafar, jogar fora.

polly ehh jogando fora, jogando fora, imprestável.

Esse texto escrevi na oficina. num exercício pediram que em 20 minutos escrevessemos o que viesse na cabeça, sem regras, sem pudor. ai rolou esse meu texto depois os textos foram trocados e cada um editou o texto do outro, transformando, desconstruindo.
Foi muito legal a experiência.
bjosss garotas.